26/07/1975     –     26/07/2020

“Juravit Dominus et non paenitebit eum

Tu es sacerdos in aeternum… (Sl  109,4)

Dou-te graças , Senhor Deus,

Com cantos de gratidão,

Louvando teu nome santo

Com a boca e o coração,

Por ter sido agraciado

Com seu divino chamado,

Eis-me aqui em tuas mãos!

São quarenta e cinco anos

Desde que fui ordenado

Presbítero salesiano,

Respondendo ao chamado

D’uma voz que me tocou,

Eu disse: aqui estou…

E então fui consagrado!

A celebração foi linda

Grandiosa e popular…

Às sete horas da noite

A multidão a cantar,

Iniciava a função,

Da missa de ordenação

Do diácono Valdemar.

  “ O Senhor necessitou de braços,

    Para ajudar a ceifar a messe,

    Eu ouvi seus apelos de amor,

    Então respondi: Aqui estou! Aqui estou”

Assim cantava vibrante

Numa só voz o povão,

Um canto bem escolhido

Para aquela ocasião.

Ainda hoje me comovo,

Quando o ouço me renovo

Na força da vocação!

E às vinte e uma horas

Eu já era ordenado
Pela imposição das mãos

Do Bispo Dom Edvaldo.

Ungido com o óleo santo,

Fui revestido, portanto,

Com os paramentos sagrados.

Recordo a Primeira Missa,

Na minha cidade airosa,

Iara,  engalanada

Com faixas, mensagens e rosas.

E minha gente querida,

Cantando as cores da vida…

Que festa maravilhosa!

Celebrei também no sítio

Na casa onde nasci,

Na calçada do alpendre,

Onde criança vivi.

Era uma manhã serena

Parece-me viver a cena

Das emoções que senti…

Lembro-me daquele almoço

No saudoso casarão

Um momento inapagável,

Na singeleza do sertão.

Ali tudo era alegria,

Em cada face se lia

Alegria e emoção.

A saudade é matadeira,

Nem quero falar mais não.

Queria ter minha mãe

Presente na ocasião.

Mas, Deus cedo a chamou

E ela nem esperou

Pela minha ordenação!

Pe. Valdemar Pereira, sdb