IGREJA | Santa Maria Troncatti, rogai por nós!
IGREJA | Santa Maria Troncatti, rogai por nós!
20 de outubro de 2025 Por paulo
O dia 19 de outubro, Dia Mundial das Missões, foi a data escolhida pelo Papa Leão XIV para a canonização de sete novos santos da Igreja, incluindo Santa Maria Troncatti, a primeira Filha de Maria Auxiliadora (FMA), depois de Santa Maria Domingas Mazzarello, a ser canonizada.
A celebração foi realizada na Praça São Pedro, no Vaticano, com a participação de cerca de 70 mil fiéis, provenientes de todas as partes do mundo. Em sua homilia, o Papa Leão XIV destacou a Irmã Maria Troncatti como “evangelizadora e missionária” e declarou que os novos santos e santas não foram heróis ou paladinos de algum ideal, mas “homens e mulheres autênticos” que “se tornaram lâmpadas capazes de difundir a luz de Cristo”.
Por fim, o Pontífice ressaltou que a canonização de novos santos não é apenas um momento de festa, mas um convite a viver a fé autenticamente, alimentando-a com a oração e transformando-a em obras de amor e justiça: “o Senhor nos escuta e nos transforma, para que possamos nos tornar instrumentos da sua paz”.
Celebrações
A Casa Geral das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), em Roma, Itália, sediou, em 17 de outubro, a abertura solene das celebrações pela canonização de Irmã Maria Troncatti. O evento marcou um momento “extraordinário” de preparação e um forte apelo vocacional para o Instituto das FMA e para toda a Família Salesiana.
A assembleia contou com a presença de diversas autoridades da Igreja e da Família Salesiana. Entre os convidados principais estavam a irmã Chiara Cazzuola, Madre-geral das FMA, e o Reitor-mor dos Salesianos, padre Fabio Attard. Participaram também o postulador geral, padre Pierluigi Cameroni, 14 bispos do Equador, um bispo armênio, o inspetor do Equador, padre Marcelo Farfán, e representantes da comunidade indígena Shuar, a quem a Irmã Troncatti dedicou toda a sua vida missionária.
A presença dos prefeitos de Sucúa, no Equador, e de Corteno Golgi, na Itália — cidade natal de Irmã Maria — reforçou o alcance universal da mensagem deixada por ela. Estiveram presentes ainda numerosas inspetoras das Filhas de Maria Auxiliadora de diferentes partes do mundo.
Madre Chiara Cazzuola descreveu Irmã Maria como uma “pessoa carismática” que encarnou a força do carisma salesiano “no feminino como um dom para a Igreja, para os jovens e, em particular, para os pobres e os pequenos da selva equatoriana”. Apesar da idade avançada, seu rosto transmitia “grande maternidade e um charme atraente”.
Padre Fabio Attard destacou a atualidade da figura de Irmã Troncatti, uma mulher que fala com força ao nosso tempo, oferecendo respostas concretas sobre como viver uma vida significativa e construir pontes em uma sociedade fragmentada. Na selva da Amazônia equatoriana, Irmã Maria escolheu “deliberadamente ser mediadora, construir o diálogo, oferecer a reconciliação” entre colonos e populações indígenas, cuidando de todos sem distinção.
Padre Pierluigi Cameroni destacou a importância de fazer uma “memória agradecida” a todos aqueles que contribuíram para a causa da canonização. Refletindo sobre a atualidade de dois santos enfermeiros da Família Salesiana, a Irmã Maria Troncatti e o Irmão Artêmides Zatti, ele declarou: “nossa sociedade está doente e precisa de cuidadores e de cuidados”.
Um dos momentos mais emocionantes da celebração foi o testemunho de Juwa Bosco, o equatoriano curado por intercessão da Irmã Maria Troncatti. Juwa contou o grave acidente sofrido em 2 de fevereiro de 2015, quando uma pedra de esmeril atingiu a sua cabeça. Depois de receber alta do hospital, quando os médicos o consideravam em estado vegetativo irreversível, sua família e sua esposa Natalina começaram a rezar com a imagem de Irmã Maria Troncatti. Ele testemunhou que, embora não fosse muito próximo de Deus antes do acidente, sua relação com Deus “mudou profundamente” após a cura, por meio de Irmã Maria Troncatti.
Mãe, Missionária, Artesã de Paz e Reconciliação
O lema escolhido para a canonização da Irmã Maria Troncatti resume bem a sua vida de santidade. Nascida na Itália, ela se tornou missionária no Equador, onde colocou suas habilidades como enfermeira, catequista e evangelizadora a serviço das comunidades indígenas Shuar e dos colonos, unindo ação concreta e espiritualidade a serviço do bem de todos.
Fonte: Boletim Salesiano