COMUNICAÇÃO | A Auxiliadora dos Tempos Difíceis

COMUNICAÇÃO | A Auxiliadora dos Tempos Difíceis
COMUNICAÇÃO SOCIAL 24 de maio de 2022 Por pauloQuando se fala de N. Senhora Auxiliadora, todo mundo lembra de Dom Bosco. De fato, Dom Bosco foi o maior divulgador da devoção à Maria Auxiliadora. Mas, a devoção a Nossa Senhora, com este título de Auxiliadora, vem de muito tempo antes de Dom Bosco.
Os cristãos do primeiro século já chamavam Maria de ‘Auxiliadora’. ‘Tu, Maria, és o auxílio potentíssimo de Deus’, escreveu São João Crisóstomo, no ano 345, em Constantinopla.
Em 1571, o Papa incluiu na Ladainha o título de Auxiliadora dos Cristãos. E foi assim… Havia um grande perigo para os países cristãos da Europa, com a invasão dos turcos muçulmanos. O próprio Papa liderou a organização de uma esquadra para enfrentar os invasores. Maria veio em socorro dos cristãos e eles venceram uma batalha decisiva no Golfo de Lepanto, mesmo com forças inferiores. Foi aí que o Papa incluiu o título de Auxiliadora dos cristãos na Ladainha.
Quase três séculos mais tarde, em 1816, o Papa de então marcou a festa de N. Sra. Auxiliadora para o dia 24 de maio. E a razão foi a seguinte… O imperador Napoleão Bonaparte sequestrou e manteve o Papa prisioneiro, na França, por 5 anos. A Igreja suportou muitas humilhações, nesse período da história. Graças à oração da Igreja à Virgem Auxiliadora, o Papa, finalmente, foi libertado. Então, ele instituiu a festa da gratidão para todo 24 de maio.
Cinquenta anos se passaram e a Igreja estava de novo num grande sofrimento, no período da unificação da Itália. Na unificação, a Igreja perdeu o poder temporal que detinha sobre vastos territórios, no meio de muitos conflitos e contraposições. Por esse tempo, N. Senhora Auxiliadora apareceu a um menino de cinco anos, chamado Righeto. E foi assim… A uma certa distância da cidade de Spoleto, na Itália, havia uma ruína de uma capela. No meio das ruínas, tinha sobrado uma parede com uma pintura da Virgem Maria com o menino Jesus nos braços. As pessoas passavam por lá e ouviam cantos muito suaves. E tinham muito medo. Righeto e sua irmãzinha, meninos pobres, andavam por ali, correndo, brincando. Um dia, uma linda senhora falou com Righeto e lhe deu conselhos para ser sempre um bom menino. O menino voltou muitas vezes para falar com a senhora que ninguém sabia quem era, até que aparecerem os milagres. Um rapaz de 30 anos, tuberculoso, ficou bonzinho na hora que chegou lá. E muita coisa maravilhosa aconteceu por lá, chamando a atenção do povo que começou a fazer peregrinações para lá.
Por esse tempo, Dom Bosco, no Piemonte, em Turim, tinha sonhado com N. Senhora, que lhe pediu para construir uma Igreja em sua homenagem, com o título de Auxiliadora. Dom Bosco criou coragem e contratou a construção, com poucos centavos no bolso. E levantou um majestoso santuário, reconhecendo: “cada tijolo dessa igreja foi uma graça alcançada com Nossa Senhora”. A igreja foi inaugurada em 1868.
Dom Bosco entendeu bem. N. Sra. Auxiliadora é a mãe de Jesus que vem em nosso auxílio, nas horas difíceis. É a protetora da Igreja, a auxiliadora do Papa e dos cristãos. Foi assim no enfrentamento dos turcos muçulmanos, em 1571. Foi assim na perseguição de Napoleão Bonaparte, em 1816. Foi assim nos tempos difíceis da unificação italiana, no seu tempo. E logo ele que precisava de apoio e proteção para sua obra dedicada aos jovens, tão incompreendida e perseguida…
Na fachada do Santuário que Dom Bosco edificou com tanta fé e tanto zelo, mandou escrever o que ele ouviu da próprio Virgem: “Esta é a minha casa. Daqui, sairá a minha glória”.
Por Pe. João Carlos Ribeiro, sdb