FAMÍLIA SALESIANA | A homilia do Pe. Francisco Inácio, na 81ª Romaria da Família Salesiana

FAMÍLIA SALESIANA | A homilia do Pe. Francisco Inácio, na 81ª Romaria da Família Salesiana
23 de setembro de 2024 Por pauloDurante a 81ª Romaria da Família Salesiana, realizada neste domingo (22) na Colônia Salesiana São Sebastião (Jaboatão dos Guararapes, PE), o Pe. Inspetor, Francisco Inácio, presidiu a Celebração Eucarística, concelebrada por diversos salesianos padres da Inspetoria.
Leia a seguir a homilia do Padre Inspetor:
Amados irmãos, no presbitério, representando as nossas casas salesianas e também onde nós não estamos em todo o Nordeste.
Queridos irmãos e irmãs, aqui estão todos os romeiros e romeiras de Nossa Senhora Auxiliadora. Irmãos e irmãs que rezam conosco, que nos acompanham pelos meios de comunicação da nossa inspetoria e das diversas casas nossas. São oitenta e um anos de história desse movimento bonito que nós fazemos até esse santuário, esta Basílica dedicada a Nossa Senhora Auxiliadora.
Mas as raízes históricas desse grande evento de fé, dessa manifestação salesiana de amor a Nossa Senhora, deitam suas raízes já na Sagrada Escritura. Dom Bosco, nosso pai, não criou do nada a devoção a Nossa Senhora, ou a devoção a Nossa Senhora na família de Dom Bosco não é nenhum nem um adendo, nenhuma devoção a mais criada por Dom Bosco. Na verdade, a experiência de maternidade a Igreja tem desde sempre, desde quando, no coração profundo de Deus, no amor mais profundo da Trindade, quando pensa na nossa salvação e na nossa redenção em Jesus Cristo, verbo encarnado que, na força do Espírito, se faz filho da Virgem Maria.
Daquele diálogo desconcertante com o Arcanjo Gabriel em Nazaré, na experiência do evangelho de hoje, nas bodas de Caná, o ensinamento de Maria, que tinha aqueles que todos nós deveríamos ou devemos fazer: aquilo que ele quer. Depois da experiência e tantas outras que os evangelhos relatam, nós vamos enxergar Maria sempre ao lado da Igreja, ou melhor, manifesta ela própria a experiência da Igreja de Jesus Cristo. Havemos de encontrá-la ao pé da cruz, como mãe cheia de esperança, abalada pelas dores, mas não desesperada pela situação difícil. Com olhar de esperança, estava de pé à sombra da cruz de Cristo.
Depois, os evangelhos relatam, o Novo Testamento relata Maria com os discípulos. A Igreja nascente animando os discípulos e discípulas de Jesus. Ora, meus irmãos e irmãs, daquele primeiro sim a Deus, através do Arcanjo Gabriel, até a unidade, quando ela invocava com os discípulos o vigor do Alto, recebe o Espírito de Deus. A missão de Maria continua. Continua até chegar na história da família salesiana e é bonito pensar que essa história maravilhosa de Deus encontra sentido, ressonância, unidade na história da família salesiana de Dom Bosco. Celebramos neste ano quantos anos do sonho dos nove anos? Duzentos anos do sonho dos nove anos.
E naquela história maravilhosa, o pequeno João entende e recebe de Jesus uma indicação precisa para a sua missão: Eu te darei a mestra. E que sentido Nossa Senhora Auxiliadora foi mestra de vida na ação de Dom Bosco! A imagem da Auxiliadora já indica como ela é mestra? É mestra porque indica o seu filho Jesus Cristo, caminho, verdade e vida. Indica e ensina Joãozinho Bosco que não há outro caminho; que o caminho mais seguro para a realização firme de sua missão e de sua vocação é seguir Jesus Cristo, seu filho, nosso Senhor. O sonho de Dom Bosco depois retorna várias vezes; encontramos o sonho muito parecido com a história deste lugar maravilhoso.
Em mil oitocentos e quarenta e quatro, Dom Bosco de novo sonha e de novo aparece a figura de Nossa Senhora. Desta vez, num grande prado, indicando o lugar onde seria depois erguida uma belíssima basílica dedicada a Nossa Senhora. Indica o lugar sagrado e diz: esta é minha casa, daqui sairá a minha glória. Reparem, meus irmãos e irmãs, na vida de Dom Bosco e na vida dos irmãos salesianos que aqui chegaram. Nossa colônia é datada de mil novecentos, com o mesmo amor, com a mesma experiência de maternidade, com a mesma experiência de Maria que passa em nossas casas. Os nossos irmãos erigiram essa belíssima basílica como marco de devoção e de proteção da Virgem Auxiliadora a todos os recantos da nossa inspetoria. Daqui, do alto, alcança as nossas casas, os nossos oratórios, as nossas obras, os nossos irmãos e irmãs, abençoa as nossas iniciativas, conduz para Deus aquilo que nós projetamos.
Por isso, que uma vez ao ano nós fazemos essa belíssima festa. Estamos todos, todos representados aqui na colônia pra render graças a Deus pelo dom da presença segura, constante de Nossa Senhora, invocada sob o título de Auxiliadora dos Cristãos. Daquela experiência bonita, materna de Joãozinho Bosco até a história das nossas vidas. Todos nós, seguramente, temos alguma história de devoção que aprendemos em casa, de pequeno, no ambiente da nossa família que nós manifestamos na nossa vida constantemente. Este muito obrigado ao pai porque nos deu Nossa Senhora, participando de seu grande mistério de amor por cada um de nós.
Vir à colônia é manifestar a nossa gratidão a Deus e a Nossa Senhora. Enfrentar as dificuldades, as distâncias, os horários; teve gente que madrugou pra dizer um muito obrigado a Deus. Todos temos intenções, é verdade. Todos temos pedidos e quando olhamos pra Nossa Senhora apresentamos o que há de mais profundo no nosso coração. Mas temos tanto a agradecer. Ela faz tanto em nossas obras, em nossas casas, em nossa vida, ela faz tanto; é uma presença constante, materna, segura. Nós queremos dar graças a Deus como inspetoria, como família salesiana, por todos os benefícios e graças que desse lugar sagrado são espalhadas a todas as obras, às nossas famílias, a todas as nossas casas e iniciativas da nossa secretória. Rendamos, portanto, mais uma vez, oitenta e um anos, graças a Deus por essa iniciativa bonita da família salesiana. Rendamos, portanto, graças a Deus por estarmos todos nesse fim de tarde, nessa jornada, fazendo unicamente aquilo que nós escutamos no evangelho: tudo aquilo que o Senhor disser que é pra fazer.
O nosso coração aqui sai mais aberto. Nós saímos mais disponíveis. Nós escancaramos o coração, mesmo em meio a tantas imperfeições que temos todos, mas disponíveis pra escutar a palavra de Deus e fazer com que a palavra faça o seu percurso dentro de nós, frutificando a nossa vida em conversão, caridade, fraternidade, unidade e tudo que nós precisamos para sermos fiéis como Nossa Senhora foi. Se ela foi fiel, a quem nós pedimos a graça de também nós sermos. Se ela foi disponível a Deus, cada um aqui na colônia pede a graça de ser disponível a Deus.
Se ela foi silenciosa diante de tantas dificuldades, nós também pedimos a graça de contemplar mais, de silenciar mais. Se a alma dela foi grande porque engrandeceu ao Senhor Deus, nós também queremos fazer da nossa vida um contínuo sacrifício de louvor.
Vamos dizer assim a Nossa Senhora: Querida mãe, Virgem Maria, fazei que eu salve a minha alma. Dai-nos a graça de vivenciarmos a alegria, o dom de sermos irmãos e irmãs, o dom de sermos família salesiana. Alcançai-nos a graça da fidelidade à palavra de vosso Filho, do amor à Igreja e da fraternidade entre nós.
Pe. Francisco Inácio, Inspetor Salesiano do Nordeste
Jaboatão dos Guararapes, 22 de setembro de 2024
Transcrito por Wilson Firmo
(Comunicação AMA)