FORMAÇÃO | Está chegando a hora da Ordenação Presbiteral do Diác. Leandro Francisco da Silva

FORMAÇÃO | Está chegando a hora da Ordenação Presbiteral do Diác. Leandro Francisco da Silva
9 de dezembro de 2024 Por paulo“Até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4,19)
A Inspetoria Salesiana São Luiz Gonzaga está em Festa!
Neste próximo sábado, 14 de dezembro, às 17h, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Luz, em São Lourenço da Mata (PE), acontece a Ordenação Presbiteral do Diác. Leandro Francisco da Silva, sdb. A celebração contará com a imposição das mãos de S. Exª Rev.ma Dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza, arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife.
O Nordeste Hoje, seu informativo diário inspetorial, conversou com o futuro sacerdote, e você confere a seguir:
NH – Como foi o despertar para ser um salesiano de Dom Bosco?
Meu despertar vocacional se deu dentro de uma comunidade de fé, minha querida Paróquia de Nossa Senhora da Luz. Desde muito jovem já participava de diversos grupos, tais como: coroinhas, catequese, terço dos homens etc. Em 2007 fui enviado pelo meu pároco, Pe. Héctor Miguel, para participar dos encontros vocacionais na Arquidiocese de Olinda e Recife. Foi um tempo importante de discernimento da vontade de Deus. Em 2009 fui chamado pelo então salesiano, estudante de teologia, Cláudio Correia, para participar dos encontros vocacionais com os salesianos, em Carpina-PE. Ele pertencia a minha paróquia de origem. Aceitei o convite e, no início de 2010 comecei a participar dos encontros vocacionais, sendo acompanhado pelo padre José César Teixeira. O contato com os outros vocacionados, com os aspirantes e com os salesianos, bem como a experiência junto ao oratório festivo, me animou a cada ano e em 2013 entrei para o aspirantado salesiano, em Carpina-PE. Depois de doze anos de formação, às vésperas de minha Ordenação Presbiteral, agradeço a Deus pelo dom da vocação. A nossa atitude diante do chamado de Deus é sempre resposta a iniciativa amoroso e misericordiosa de Deus, que chama os que quer para segui-lo e a minha comunidade, que sempre acreditou na minha vocação. Saio do meio do povo para servir a este mesmo povo. O padre não é ordenado para si mesmo, mas para o outro, a quem é chamado a conduzir para Deus.
NH – Para você, qual perfil e características devem ter o salesiano para os jovens de hoje?
Os jovens de todos os tempos, também os de nossos dias, precisam de referências, de pessoas que deem testemunho de Cristo, se for preciso com palavras, mas sobretudo com o eloquente testemunho da própria vida. Mais do que fazer, o salesiano é chamado a estar, a fazer-se presente de forma afetiva e efetiva na vida dos jovens. Para tanto, é preciso fugir de duas tentações: a tentação narcisista da idolatria de si mesmo e da ideia equivocada de que gostar dos jovens significa fazer o que os jovens fazem, frequentar os mesmos ambientes, vestir as mesmas roupas, ouvir as mesmas músicas. Pelo contrário, ao assumir essa postura, o salesiano confunde-se com o jovem e o mesmo vê-se perdido em suas referências. Estar junto ao jovem, afetiva e afetivamente, é uma atitude fundamental requerida a todo salesiano, os de ontem e os de hoje… Lembremos da Carta de Roma, onde a principal crítica aos salesianos era a de estar ausente, de ser indiferente aos jovens, de preocupar-se com as estruturas e outras ocupações, algumas até legítimas, importantes, mas deslocadas daquela que deve ser a principal preocupação do salesiano: ser sinal do amor de Deus aos jovens. E isso implica uma presença qualificada.
NH – Qual seu lema escolhido para a vida de padre, e qual o seu significado?
“Até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4,19). O trecho bíblico que escolhi serve para iluminar a minha caminhada como salesiano presbítero, a serviço dos jovens mais pobres. De que forma esse trecho do capítulo 4 de gálatas pode iluminar a minha caminhada de vida presbiteral? De duas formas: primeiro reconhecendo que não estou pronto. A Ordenação não é a chegada de um caminho de perfeição, o resultado automático dos meus esforços. Assemelhar-se ao Senhor, formar o próprio coração a semelhança do coração de Jesus é uma meta para toda vida; por fim, essa é também a missão do salesiano presbítero em sua relação, afetiva e efetiva, com os jovens: formar neles as feições de Cristo, de modo que os jovens assumam em sua vida as mesmas atitudes, gestos e palavras de Jesus. Esse é o fruto de uma relação em que o centro não é o salesiano, mas Cristo, origem e meta da vida cristã. Não devemos buscar fãs e seguidores, mas formar discípulos de Jesus.
NH – Durante toda a etapa formativa salesiana, quais foram os fatos mais marcantes?
Nestes 12 anos de formação muitos foram os fatos que me marcaram profundamente. Antes de apresentar um fato, permitam-me fazer um breve histórico da minha caminhada vocacional. Fiz meu aspirantado em Carpina-PE (2013), meu pré-noviciado, em Jaboatão dos Guararapes (2014), o noviciado, em Curitiba-PR (2015), o pós-noviciado, em Lorena-SP (2016-2018), o tirocínio, em Curitiba-PR (2019-2020) e a teologia, em São Paulo-SP (2021-2024). Um fato que me marcou, inclusive agora ao deixar a Paróquia Sagrada Família, em São José dos Campos-SP, e que é foi comum em todas as despedidas é o carinho e a gratidão dos jovens e das pessoas, quando tinha que sair de uma pastoral para outra. Realmente é verdade o que Jesus disse em resposta ao questionamento de Pedro sobre as renúncias que precisou fazer ao decidir-se seguir o Mestre: “E quem quer que tiver deixado casas, irmãos e irmãs, pai, mãe, filhos, ou terras por causa do meu nome, receberá muito mais; e terá em herança a vida eterna” (Mt 19, 29). Através do carinho dos jovens e de todo o povo Deus confirma a sua vontade em nós. De modo que somos sustentados pela fé e pelo carinho de tantos que se aproximam de nós e que, sem dúvidas, nos aproximam de Deus.