Algumas das principais e mais movimentadas ruas do centro comercial do Recife se transformaram na “Via Dolorosa”, recordando cada um dos passos de Cristo carregando a cruz até o calvário. Assim foi a 24ª edição da Via Sacra da Fraternidade, promovida pela AMA – Associação Missionária Amanhecer, na manhã desta quarta-feira, 5.

“Apesar de ser uma caminhada de sofrimento e de dor, ela tem o desfecho na ressurreição de Jesus. Na verdade, nós estamos celebrando que estamos comprometidos nos dramas humanos, mas estamos na certeza de que a vitória já foi dada em Cristo Jesus. Nós vamos triunfar sobre tudo isso, lutando e vencendo”, explicou o coordenador geral da AMA, Pe. João Carlos.

Logo cedo, às 7h, um grande público foi se formando no Pátio de São Pedro. Foi servido um cafezinho com bolo e muitos que foram chegando traziam algum alimento não perecível, que foi destinado a um centro de atendimento de crianças e adolescentes da Comunidade do Bode, administrado pelas Irmãs Medianeiras da Paz.

Durante todo trajeto, a cruz de madeira, com mais de 100 quilos, foi sendo levada nos ombros por pessoas de diversos grupos, como desempregados, viúvas, estudantes, pessoas atingidas pela violência urbana e moradores de rua.

“É um momento especial e de grande oportunidade pra gente recordar aquele enorme sofrimento e dor de nosso Senhor Jesus. Para mim, é uma renovação da minha fé que esta via sacra me proporciona”, relatou a dona de casa, Josefa de Almeida, de um bairro da periferia de Recife, que segurou a cruz pesada na vez destinada às viúvas.

Exatamente às 11h, foi iniciada a missa na Basílica de Nossa Senhora do Carmo, presidida pelo arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, com transmissão pelo canal Youtube do Pe. João Carlos e pela Rádio Online Amanhecer. Na sua homilia, destacou o trabalho missionário da AMA, uma das ramificações da família salesiana na Inspetoria Salesiana do Nordeste.

“Essa Associação [Missionária Amanhecer] que tem feito tanto bem à nossa arquidiocese, procurando, de fato, cumprir o seu papel de batizados, nessa perspectiva missionária. A AMA tem correspondido a essa missão, esse mandato. Essa via sacra que já acontece há 24 anos é uma tradição já bonita aqui da cidade do Recife e está muito dentro desse espírito missionário a que todos nós somos chamados”, enalteceu o arcebispo.

Texto e fotos: Wilson Firmo