ARTIGO | DOM LUSTOSA, O EXTRAORDINÁRIO NO ORDINÁRIO

ARTIGO | DOM LUSTOSA, O EXTRAORDINÁRIO NO ORDINÁRIO
13 de agosto de 2021 Por pauloNeste 14 de agosto, completam-se 47 anos da páscoa do salesiano santo, Dom Antonio de Almeida Lustosa.
* São João Del Rei, 11 de fevereiro de 1886 + Carpina, 14 de agosto de 1974
Olhar a vida de santidade do Servo de Deus Dom Antônio de Almeida Lustosa, é como olhar para a vida de seu pai espiritual, São João Bosco. Assim como Dom Bosco, podemos dizer que Dom Lustosa vivia o extraordinário no ordinário do seu dia a dia. Aquilo que as Constituições Salesianas falam como graça da unidade (Constituições 21), isto é, de estar numa vida ativa e operante, contudo estar ao mesmo tempo imerso na comunhão espiritual com Deus. Fazer na intencionalidade do amor a Cristo cada gesto e atividade do seu dia a dia. Assim era Dom Bosco, assim era Dom Lustosa, nos dizem numerosos testemunhos.
Naturalmente que para viver na graça da comunhão com Deus, a vida eucarística deveria ser uma constante. A Irmã Josefina, Laís Gondim Lopes, conta que o amor à Santa Missa e à adoração a Jesus Sacramentado eram não só vividos intensamente pelo Servo de Deus, mas constantemente recomendados a todos que ele encontrava, de modo especial as religiosas Josefinas, do instituto por ele fundado.
Ir. Laís dizia: “O Servo de Deus ensinava: ‘Quem mora com Nosso Senhor em casa não tem razão de sentir tristeza’. Incentivava, com insistência, nossas visitas à capela e a nossa meia hora diária de adoração ao Santíssimo Sacramento. Sempre repetia: “A divina Eucaristia é o grande conforto da Josefina. De que ela se pode queixar, quando o próprio Jesus é seu grande amigo?”.
Padre Luis Gonzaga Xavier, do clero de Fortaleza (CE) testemunhou em seu depoimento:
“Não tenho receio em dizer que a vida do Servo de Deus reflete o grau heróico de suas virtudes. Pobre e humilde, ele levou aos olhos de todos uma vida de profunda união com Deus e com os irmãos. Equilibrado em que tudo que fazia, viveu todas as virtudes cristãs, sem afetação. Nada fez para ser diferente. Em tudo seguiu a Cristo, na mais perfeita acolhida e mais sublime simplicidade”.
Dom Lustosa, vivia a graça da unidade com Jesus, como Dom Bosco, sem afetações e com o equilíbrio da normalidade. Viver no dia a dia, nos afazeres comuns, porém todo mergulhado no Espírito de Deus.
Um fato curioso é narrado também pela Irmã Laís:
“Recordo que, certa vez, D. Lustosa foi convidado pelo Bispo de Patos (PB), Dom Expedito Eduardo de Oliveira, que fora seu bispo auxiliar em Fortaleza, para pregar o Retiro do Clero. Era inverno e para chegar ao salão de conferências devia atravessar um grande pátio. Havia um rapaz, que se prestava a conduzir o guarda-chuva todos os dias com Dom Lustosa, para que esse não se molhasse. Ao final do retiro, essa rapaz ficou tão admirado com o Servo de Deus, que quando ele foi embora, ele não mais usou o guarda-chuva. Dizia a todos que iria guardá-lo como relíquia, porque havia sido usado por um santo”.
Assim é a santidade Salesiana, na simplicidade, no exemplo, na atitude, na compostura… enfim, tudo falava da presença de Deus em sua alma.
Família Salesiana, rezemos incessantemente, para que Deus Nosso Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora Auxiliadora e São José apressem o dia em que veremos Dom Antônio de Almeida Lustosa na glória dos nossos altares.
Por Padre Sérgio Lúcio Alho da Costa, sdb
Pároco do Santuário de Nossa Senhora de Fátima
Porto Velho / Rondônia