COMUNICAÇÃO | Artigo: A esperança não decepciona
COMUNICAÇÃO | Artigo: A esperança não decepciona
Comunicação 13 de dezembro de 2024 Por pauloPor Pe. João Carlos Ribeiro, sdb
Vai começar o ano do jubileu.
A esperança não decepciona
O jubileu é uma coisa que vem da Bíblia. Estava marcado que a cada 50 anos, se faria um ano de jubileu. Neste ano, a terra deveria descansar (nada de lavrarem a terra); os endividados deveriam ser perdoados de suas dívidas; a terra voltaria para os seus primeiros donos. Não se sabe se o povo de Deus conseguiu viver o jubileu dessa forma que está escrito no livro do Levítico.
Jesus, na sinagoga de Nazaré, lendo o profeta Isaías, tomou para si a missão de proclamar o ano da graça, o ano do Jubileu. Por isso, ele falou dos pobres, dos portadores de deficiência, dos prisioneiros, dos cegos. Ele veio para comunicar dignidade, inclusão, liberdade. Fazer valer um grande jubileu.
O jubileu é um tempo de reconciliação, de perdão, de renovação espiritual. A Igreja vem fazendo um jubileu a cada 25 anos. Houve o jubileu do ano 2000, com o Papa São João Paulo II. Já com o Papa Francisco, houve o jubileu extraordinário da Misericórdia, no ano de 2016. O atual jubileu faz referência ao nascimento de Jesus, são 2025 anos. É assim, o jubileu ou Ano Santo vai começar com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, no próximo dia 24 de dezembro.
O jubileu de 2025 tem o tema “Peregrinos da Esperança”. O Papa Francisco convocou o Jubileu com uma bula que começa com as palavras de São Paulo na Carta aos Romanos (Rm 5,5): “A esperança não decepciona” (Spes non confudit). Esperança, pensa o Papa com razão, é o que o mundo mais está precisando. E não há esperança fora de Cristo. Cristo é a nossa esperança (1 Tm 1, 1). O jubileu será então o tempo da graça de Deus, um tempo especial em que a Igreja, o povo de Deus, renova seu compromisso de acolher e anunciar a todos o Senhor Jesus e seu evangelho de vida e salvação.
E o primeiro sinal de esperança, neste mundo marcado pela tragédia das guerras, há de ser a paz, a paz mundial. Parece que o mundo aprendeu muito pouco com as duas guerras mundiais. A guerra é uma tragédia, nela ninguém ganha, todos perdem. O sinal da esperança cristã também precisa chegar aos prisioneiros. O Papa vai abrir uma porta santa numa prisão de Roma. A esperança do jubileu precisa iluminar a atenção da sociedade aos reclusos, para que sejam respeitados os seus direitos, a sua dignidade humana e lhe sejam construídos caminhos de reinserção social. O mesmo se diga para os idosos, os doentes, os migrantes, os pobres.
E como o Jubileu é tempo de reconciliação e graça, o caminho não passa só pela Porta Santa, passa antes pela Confissão, pelo Sacramento da Reconciliação.
A esperança não decepciona.