FORMAÇÃO | Profissão Perpétua: A Vocação de Gratidão

FORMAÇÃO | Profissão Perpétua: A Vocação de Gratidão
29 de janeiro de 2025 Por Renata CruzDurante a Profissão Perpétua, que reuniu membros da comunidade, o Pe. Inspetor Francisco Inácio presidiu a Celebração Eucarística, contando com a presença e a concelebração de outros padres salesianos da Inspetoria São Luiz Gonzaga. Este foi um momento de fé, dedicação e compromisso, que refletiu o espírito de entrega e serviço próprio da vocação salesiana.
A seguir, compartilhamos a homilia proferida pelo Padre Inspetor, que marcou e inspirou todos os presentes.
[…] Nosso Senhor constata que, no grupo dos discípulos, nasce uma preocupação, mas uma preocupação totalmente alheia e até contrária ao seu espírito: a discussão sobre posições, lugares, destaques. Tornar-se pequeno, ser humilde são expressões que, muitas vezes, e de modo estranho, até banimos do nosso meio. É muito mais fácil e até prazeroso entrar no esquema, ou melhor, na onda da mundanidade, e ceder a formas excêntricas e variadas de grandeza, vaidade, lugares, destaques.
Em outra passagem bem conhecida, nosso Senhor já tinha dito: “Entre vós não deverá ser assim”. Na verdade, o Senhor diz qual é a sua medida, qual é o seu critério: “Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças…” E os critérios de Deus são bem diferentes. Vistos daqui debaixo, com as lentes do mundo, nós, homens e mulheres, muitas vezes admiramos e destacamos os que, segundo o nosso conceito, são sábios, inteligentes, intelectuais, ricos, poderosos, e queremos que sejam eles, os melhores segundo o nosso conceito, a dirigir o mundo, a fazer as leis, a governar, a ditar a moda, as ideias, a definir o que é correto e o que não é.
O que fazemos no mundo, numa sociedade em que as relações que marcam enfatizam somente a busca constante pelo poder, onde se sobressai em detrimento dos outros, conquista visibilidade, notoriedade?
Caríssimos irmãos, o evangelho fala de pequenez: “Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças.” A quem se dirige essa palavra de hoje? A palavra de Deus ensina que a sabedoria e a inteligência do mundo absolutamente não garantem a posse da Verdade. O que garante a posse da Verdade é ter um coração aberto a Deus, ter um coração sensível às suas propostas, e, com frequência, com muita frequência, são os pequenos do reino, os evangelicamente pobres, os humildes. Estes, sim, sintonizam com Deus, acolhem essa verdade que Ele quer oferecer a todos nós, para levá-los, para nos levar a todos, à sua plenitude.
O Bom Pastor nos acolhe, nos quer consigo, e não viemos de nossas casas, alguns bem de longe, não viemos de nossas casas para aplaudir os irmãos que poderiam se autoproclamar religiosos, radicais, seguidores. O gesto da prostração indica outra coisa. Aqui é a manifestação da misericórdia de Deus e da miséria humana. Estarão prostrados, dirão a Deus em vulnerabilidade corpórea, entregando as próprias seguranças em máxima súplica e numa profissão de fidelidade a Deus, dirão que pertencem a Ele, que sem Ele não são e não somos nada nem ninguém.
Invocaremos a intercessão dos Santos. Estes, na glória, garantirão aos nossos irmãos um seguro patrocínio, intercessão constante, a ponto de sustentá-los em suas fraquezas, debilidades, dores e sofrimentos. Aqui, a manifestação da Glória de Deus. A oração de consagração dos neoprofessos em perpétuo vai invocar sobre eles, pedindo a Deus: obediência generosa, pobreza alegre, caridade irradiante, coração aberto, serviço cordial, paciência nas provações, firmeza na fé, alegria e audácia na esperança, simplicidade, generosidade, ardor missionário.
Caríssimos irmãos e irmãs, enxergamos em São João Bosco, nosso pai, neste dia solene, um exemplo. Nele, admiramos suas qualidades evangélicas, sobretudo a humildade laboriosa, porque provada, sofrida, exigida, empenhada em cada uma de suas decisões. Isso fez Dom Bosco santo. Por isso, proclamamos nosso santo, pai, patrono, padroeiro.
[…] Estamos felizes pelo sim generoso de vocês e agradecemos, porque, com esta celebração, alargamos muito mais os laços de nossa fraternidade. Seus familiares, que testemunham mais uma vez um ato de doação a Deus, se tornam grandes no reino dos céus. Recordamos, no seu último momento, nosso pai Dom Bosco. Na madrugada do dia 31, moribundo, sem forças, deixou para nós um grande ensinamento: das poucas coisas que disse em seu leito de morte, Dom Bosco afirmou, com pouca força: “Façamos o bem a todos, o mal a ninguém. Digam aos meus jovens que os espero no Paraíso.”
Esta certeza, irmãos, que Dom Bosco Santo nos ajude, e que, a partir deste altar, onde, na esperança, nos enxergamos já glorificados numa participação que só a liturgia nos permite, imitemos a humildade de Nosso Senhor, que, mais uma vez, se faz pão e nos sacia da nossa profunda fome, da nossa profunda sede.
Amós, Bruno, João Paulo, Renato, a Maria, a senhora desta casa, a Virgem Santa da Congregação Salesiana, que nunca faltou nas horas difíceis de Dom Bosco, a ela pedimos a intercessão sobre vocês, suas famílias, suas decisões.
Nossa Senhora Auxiliadora, rogue por todos vocês. Amém!