SALESIANOS | Padre José Ivan: A experiência Pastoral do Balaio

SALESIANOS | Padre José Ivan: A experiência Pastoral do Balaio
24 de fevereiro de 2021 Por pauloHá 31 anos falecia o Pe. José Ivan Teófilo. Ele partiu no dia 24 de fevereiro de 1990 e foi sepultado no dia seguinte, sábado de carnaval, no Cemitério de Santo Amaro, no Recife.
Pe. Raimundo Ricardo Sobrinho, na carta mortuária sobre o Pe. José Ivan, reservou alguns parágrafos a uma experiência que marcou o seu serviço pastoral no Colégio Salesiano do Recife. O texto foi reproduzido no fascículo 04 de Coleção Vida Salesiana, com o título “Padre Ivan Teófilo, o poeta da libertação”. A partir do Balaio, o Pe. Ivan apoiava e contribuía na articulação da pastoral estudantil da Arquidiocese, envolvendo alunos de diversas escolas.
De 1970 até 1983, o Padre Ivan, com muita competência e zelo salesiano, desenvolve sua atividade sacerdotal no Colégio Salesiano Sagrado Coração de Jesus, Recife, conduzindo uma intensa ação pastoral com os jovens. Nos anos de 74 e 75, seu trabalho se alarga para toda a Inspetoria como animador da Pastoral Juvenil. Nesse período, deparou-se com impasses não pequenos e de não fácil superação. Todavia, na arrojada tarefa de 12 anos não lhe faltou fé, nem esperança. Importava-lhe a convicção de que devia semear, formar jovens para a cidadania e militância.
A sala de pastoral do Colégio Salesiano ficava na altura da atual portaria, no antigo prédio que foi destruído e dado lugar ao prédio moderno onde funciona atualmente a administração da instituição (Pe. Ricardo está escrevendo em 1990). Ali, os jovens encontravam livros, revistas, discos e jornais; ali conversavam e ouviam música. Mas sobretudo sabiam eles que nessa sala, encontravam um amigo que os acolhia e ouvia com coração sacerdotal. Por vezes, tornava-se o confessionário procurado, lugar de reconciliação e orientação segura para a vida.
Na sala, um grande balaio estava sempre repleto de livros, revistas e folhetos. Por esta razão, a sala passou a se chamar de “Balaio’. Pelo Balaio, passaram jovens que hoje são vultos de destaque no cenário da cultura e da política; outros encontraram ajuda para o discernimento vocacional e se definiram pela militância cristã na sociedade e na Igreja.
O Balaio produzia também um jornalzinho informativo que, infelizmente não se encontra nenhuma cópia nos arquivos do Salesiano e nem da Inspetoria; nem Fernandina, ilustradora do informativo, tinha um exemplar que se pudesse guardar como relíquia. O historiador, Severino Vicente da UFPE, afirmou que se trata de uma dívida, fazer a história do “Balaio”.
Atravessou com seus irmãos salesianos e com os jovens aquela que foi, para a Igreja do nordeste, a crítica década de 70, politicamente marcada por arbitrariedade e, na vida da Igreja, perseguições, torturas e até morte entre grandes afirmações de fé. Tudo isso o atingia em sua profunda sensibilidade de cristão e de sacerdote empenhado numa autêntica missão evangelizadora. Em muitas ocasiões e através de muitos gestos, proféticos até, o seu zelo de pastor o levou à indignação profética ante o sofrimento e injustiças que pesavam sobre os pequenos.
Por Comunicação Inspetorial