Narrativa de  D. Tarcísio Scaramussa

Ele (Pe. Antônio José de Carvalho) cuidava de todos na comunidade, com atenção e serenidade. Lembro-me um dia em que entramos com ele no refeitório para um café da tarde, e lá estava o idoso Pe. Bartolomeu devorando uma jaca. Pe. Toinho ficou preocupado e presenciei este diálogo jocoso: – “Pe. Bartolomeu, o senhor não está comendo muita jaca? Vai fazer mal para o senhor”! – “Não, não, Pe. Diretor, só trinta carocinhos”! Não sei porque este episódio tão banal me ficou na memória, tendo já esquecido inúmeros outros após tanto tempo! Outra vez Pe. Toínho apareceu na janela para ver o que era aquele rumor estranho no pátio. O Geraldo José (Presidente) amarrara latas no rabo do gato que saiu em disparada. Coisas de noviços quebrando a monotonia de um cotidiano bem regrado, embora não rígido. Parece que o Pe. Toinho compreendia bem isso, e sua reação foi tranquila, com apenas uma pergunta: – “Que é isso, menino”? Não sei se a aventura gerou posteriores correções. Nos dias de hoje haveria pelo menos uma reprimenda por maltratar animais! Não precisava mesmo arroubos de autoridade ou autoritarismo para se afirmar quem era respeitado pela sua firmeza paternal.