E no dia dos pais, foi pra o céu um homem que sempre me tratou como a filha pequena. Quando entrei na família salesiana eu já era adulta e mãe. No papel de assessorar a pastoral juvenil era a que cuidava de todos, menos para o Padre Ricardo. Era ele que cuidava de mim. Pra ele, eu era a menina pequena que deveria ser cuidada e protegida e era um alento saber que por mais que em muitas situações eu precisasse ser mãe para os jovens a mim confiados, diante dele eu poderia ser apenas a filha.

Algo em Padre Ricardo serenava corações. Lembro da Inspetoria lotada de jovens (como deve ser) e ele lá. A presença dele nunca era uma “ameaça” à algazarra juvenil e mesmo assim a gente sabia que ali, nele havia calmaria. Era maravilhoso vê-lo nos eventos da AJS e jamais esquecerei de quando Lalah (um toquinho de gente na época), vendeu pra ele o lencinho da vigília (normalmente dado de graça aos padres) e ele prontamente comprou, porque Pe. Ricardo era assim: nunca quis ser tratado diferente dos demais, nunca gostou de tratamento pomposo.

Em 2013 no blog da Pastoral Vocacional ele escreveu: “A vocação acontece entre Deus e você: Ele chama e você responde! Mas todos entram na sua história e participam no seu “sim!”. Portanto seja generoso(a) na resposta… e Deus fará feliz você e, através do seu “sim” fará felizes multidões de outros e outras, hoje e sempre.”

Que privilégio poder ter sido contemplada com o seu sim Padre Ricardo e sim, o seu sim fez a mim e muitas outras pessoas felizes. Descanse em Paz.

Ivone Agrelli (reside hoje na Alemanha)